Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o dono do mundial de F1 deste ano, o GP de Mônaco, hoje, pôs fim a qualquer resquício de titubeio. 2009 tem sorrido para Jenson Button. E o homem das vitórias categóricas, virtual campeão, retribui assim, com mais sorrisos.
O domínio reflete nos números e na alegria incontida demonstrada a cada fim de semana. São cinco vitórias em seis corridas. Praticamente cinco passeios. A mesma quantidade de êxitos que levou Hamilton à taça do ano passado. Enquanto Lewis, Sir condecorado, pena com uma Mclaren plebéica, o conterrâneo desfila sua Brawn-branca-marca-texto com a elegância de verdadeiro detentor de pedigree real. Tocada limpa, sóbria sempre. Para virar tempos compatíveis, Massa e Raikkonen saltavam como sapos por sobre as chicanes de Monte Carlo delicadamente contornadas pelo filho de John Button.
Os eventuais obstáculos ao título fazem jus ao adjetivo e estão longe da consistência. As Toyotas enfraqueceram tais quais as vendas do Corolla com o Novo Civic. As asas da Red Bull parecem reféns das atuações extraordinárias de Vettel e do talento nada vencedor de Webber. A única ameaça real, ainda que tardia, é a costumeira Ferrari. Após um início lastimável, aporta na Turquia em curva nitidamente ascendente e com um piloto que, nessa pista, só conhece vitórias desde que virou titular. Mas é pouco, à esta altura. BMW e Renault a desconsiderar.
Barrichello não é adversário. O próprio já deve ter reconhecido e se resignado. Não por estratagemas mal intencionadas ou favorecimentos ilícitos. Mas simplesmente pelo fato de Button ser mais veloz. Assim, sem traumas. Porque, convenhamos, é muito mais fácil (não) espernear por quem é rei da paróquia e recebe todas as regalias, do que por alguém que nunca sequer teve a chance de brigar para ser príncipe.