tag:blogger.com,1999:blog-11993467098657258502024-03-21T14:31:46.941-03:00Higiene MentalHigiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.comBlogger113125tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-27144974042755039002011-01-21T19:26:00.003-02:002011-01-21T19:40:01.500-02:00Como nasce um fenômeno<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Na vanguardista região do Nordeste brasileiro, tradicionais nativos fazem um video ilustrativo de uma despretensiosa música blockbuster típica do mainstream local.<div><br /></div><div><iframe title="YouTube video player" class="youtube-player" type="text/html" width="480" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/cMByR6oCpfg" frameborder="0"></iframe></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>A surpreendente repercussão imediata no youtube levou rivais no acirrado ramo do entretenimento da região a produzirem uma versão expandida. A corrida era por ser o hit do carnaval. </div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>P</span>rimeiro, o vídeo-resposta com alto apelo, digamos, erótico/putero</div><div><br /></div><div><iframe title="YouTube video player" class="youtube-player" type="text/html" width="480" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/1vbtrSfVKjw" frameborder="0"></iframe></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Depois, a versão 'preguiçosa'</div><div><br /></div><div><iframe title="YouTube video player" class="youtube-player" type="text/html" width="640" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/YP9Yu28M8OY" frameborder="0"></iframe></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></span></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> </span>Mas quem chegou na frente foram os grandes barões da panela cultural</div><div><br /></div><div><br /></div><div><iframe title="YouTube video player" class="youtube-player" type="text/html" width="480" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/3DjftoHmQGs" frameborder="0"></iframe></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>E nasce o novo hit do verão!</div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: right;"><b><i>Pedro Grossi</i></b></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-29130324175438059392010-11-09T19:21:00.024-02:002010-11-09T22:52:15.738-02:00The Good, the Bad, the Ugly and the Other Guy<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmNW1Dk97YbbqwOtmjmWo25Y_jerrlM-MZicGWv3NbXBHwbbC0HW5ZnA40qTyUx-bXtsXTXJ3SSgpdb64-yemuHi57qTA0QGOvKYZ8nyY3lnVlHcU_Op3-UCppkCncqzRhHZbpInvEasI/s1600/Sem+T%25C3%25ADtulo-1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 343px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmNW1Dk97YbbqwOtmjmWo25Y_jerrlM-MZicGWv3NbXBHwbbC0HW5ZnA40qTyUx-bXtsXTXJ3SSgpdb64-yemuHi57qTA0QGOvKYZ8nyY3lnVlHcU_Op3-UCppkCncqzRhHZbpInvEasI/s400/Sem+T%25C3%25ADtulo-1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5537667868488886706" /></a><i><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Um gole de Mumm Cordon Rouge para quem acertar meu favorito</span></i></span></div></i><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span"><u><br /></u></span></div><div>Quatro rostos, uma corrida e um título, o mais disputado em 60 anos de Fórmula 1. Pilotos e equipes desembarcam para o desfecho da temporada em Abu Dabi, já no próximo domingo, sob um cenário de possibilidades e contas. Com a pontuação inflacionada em 2010, nunca a calculadora foi um utensílio tão decisivo para acompanhar automobilismo.</div><div><br /></div><div>Resumo da ópera: Fernando Alonso, líder, feliz, olho gordo, precisa chegar em segundo para erguer seu terceiro caneco mundial.</div><div><br /></div><div>Para Mark Webber, o patinho feio, segundo na tabela, é vencer ou vencer, ou quem sabe ainda, na pior das hipóteses, vencer. Isso, claro, sem se esquecer da torcida pelo mau agouro do espanhol.</div><div><br /></div><div>Pedra na sapatilha do australiano, Vettel, companheiro de equipe e reizinho da Red Bull, finge que nem é com ele. Justifica-se. A vitória em Interlagos renovou e muito suas chances. Sonha terminar em primeiro com Fernando em quinto. Assim, não correria o risco de ter que ajudar alguém além de si próprio.</div><div><br /></div><div>Já para Hamilton a parada é das brabas. Precisa ganhar e torcer contra os três. Recolhido no boxes da Mclaren, já deve estar rezando para todos os santos da Bahia, da Inglaterra e até para os de Kimi Raikonnen, os quais sentiu na pele e choro ao jogar no lixo o título de 2007.</div><div><br /></div><div>Independentemente de papos de ética, moral e civismo, o fato é que a escuderia dos energéticos (no Brasil mencionada nominalmente pela TV, não por siglas, sei lá a razão) pode ter pagado caro pela decisão de não inverter as posições na pista paulistana.</div><div><br /></div><div>Alonso, que só, vê tudo de camarote. Nos Emirados Árabes, deve criar asas e fazer o possível e o impossível para se infiltrar entre os carros da melhor equipe do ano, ainda mais velozes neste final de temporada. </div><div><br /></div><div>A história de Mark Webber na F1 é bacana, de persistência, de postura. E se tudo der certo, pode fazer o que poucos conseguiram. Atropelar a preferência do time e sagrar-se campeão. </div><div><br /></div><div>Realizando o mesmo, na história recente, lembro apenas de Piquet, na Williams, em 87; e de certa forma Prost, em 89, quando torcia feio o nariz ante à fraternidade entre Senna e os japoneses da Honda.</div><div><br /></div><div>“Marketing Webber”, alcunha recorrente nas transmissões de não muitos anos atrás, agora conta com torcida declarada de locutor e comentarista. Tudo por conta do bobo, chato, feio e cara-de-mamão Alonso, que ousou ser rápido demais, e acabou virando bode expiatório para o desempenho pífio de Felipe Massa no ano.</div><div><br /></div><div>Certas árias não mudam jamais.</div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: right;"><b>Leonardo Rodrigues</b></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-988008189792931572010-10-27T01:48:00.002-02:002010-10-27T01:52:50.123-02:00Exit trough the gift shop<p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:3.75pt;text-align:center; mso-outline-level:2"><span lang="EN-US" style="font-size:16.5pt;font-family:"Georgia","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";color:black;mso-ansi-language:EN-US; mso-fareast-language:PT-BR">Is Banksy’s Mr. Brainwash an Art-World Borat?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2"><span lang="EN-US" style="font-size:16.5pt;font-family:"Georgia","serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";color:black;mso-ansi-language:EN-US;mso-fareast-language: PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2">O que é arte? Exatamente por não ter resposta, a pergunta remete àquela intangível zona da dúvida, algo entre o consciente e o subconsciente, onde mora a verdade. Arte é a verdade, mas como a verdade não existe, a arte é a busca.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Arte é o percurso. Tem valor apenas por suscitar a dúvida. A arte é uma grande piada.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>A vida é uma grande piada. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2">Banksy é um artista de rua. Banksy pode não existir. Por suscitar a dúvida e trazer à tona a pergunta, o que é arte?, Banksy é um artista. O mérito da arte está em direcionar o olhar. Para o que é bonito, para o que é certo (será que é mesmo certo? a arte pergunta), para o que nós somos. A arte acontece no olhar de quem vê, porque enxergamos um pouco da verdade. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2">Banksy faz intervenções em espaços públicos, às vezes em obras de arte. Recria e desfigura todo o significado para dizer que não é o significado o que importa, mas fazer com que você perceba que ali havia um significado, que não te deixava ver o que realmente era importante. Se fosse uma figura pública, Banksy desviaria o olhar para si. Ele viraria o objeto em exposição. Cheio de significados. Por isso Banksy não existe. E mesmo que exista, não faz diferença. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Não é ele o que importa. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2">Para atingir o objetivo máximo de sua arte de perda de significados, Banksy poderia (e digo poderia, porque não se sabe se ele fez. Viu como se suscita a dúvida?) realizar o máximo da auto-ironia e da auto quebra de significação. Dirigir o olhar para todo o seu trabalho e mostrar: estão vendo isso? Isso não significa nada! Foi o que ele fez (ou não) no documentário Exit through a gift shop. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>E fez isso com um filme em que expõe uma fraude do mundo das artes. Conta a história de um lunático viciado em gravar a vida em vídeo, que, num conveniente acaso, vira o cultuado Mr. Brainwash, um artista de Los Angeles que se torna celebridade instantânea. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2">Se de fato o filme é a história real de alguém que expôs o que as pessoas pensam sobre a arte, para quem vê, ele cumpre o seu papel de romper com os significados do objeto. Mas, se o filme é um mockumentary estilo Borat, ele cria uma nova obra de intervenção no espaço público, fazendo as pessoas perceberem que aquele espaço na verdade não representa nada. Uma arte dentro da arte (Um palíndromo, Pedrinho?). O mais próximo que podemos chegar da verdade.</p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2">Trailer Exit through the gift shop</p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:3.75pt;mso-outline-level:2"><object width="640" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/GTlm6dU2xHk?fs=1&hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/GTlm6dU2xHk?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right;margin-bottom: 3.75pt; "><b><i>Pedro Grossi</i></b></p>Pedro Grossihttp://www.blogger.com/profile/08141003364203548650noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-5483142396172576572010-08-18T15:13:00.005-03:002010-08-18T15:21:22.231-03:00Inception<a href="http://www.24-7simpsons.com/homer%27s%20dream.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 649px; CURSOR: hand; HEIGHT: 438px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.24-7simpsons.com/homer%27s%20dream.jpg" border="0" /></a><br /><div><div align="justify">É difícil escrever sobre um filme como Inception. Mas é um filme que merece reflexão. Uma daquelas obras que ressoam na cabeça por dias a fio. Se não pela inovação do tema, pela inventividade da narrativa proposta. Se o tema já era assunto de filósofos gregos, a carpintaria do roteiro é algo um tanto inovador. Nem tanto pela construção de personagens, mas mais como comprovação da utilização do apuro técnico em favor da história, algo que Cristopher Nolan já havia conseguido em O cavaleiro das trevas. São ‘efeitos especiais’ carregadosde drama e não de pura nitroglicerina. Uma mistura equilibrada da fórmula de Matrix com elementos de Brilho eterno de uma mente sem lembrança.</div><div align="justify"><br />Como esse é um espaço pessoal de reflexão e não de compromisso com a informação, não vou me preocupar em destrinchar uma sinopse nem em avaliar o desempenho dos atores. Até porque não tenho conhecimento pra isso e qualquer frase pronta iria necessariamente reduzir e descontextualizar a complexidade da trama, concebida para ser percebida em outro ambiente. </div><div align="justify"><br />Procurei não ler nada sobre esse filme antes de assisti-lo, para que meu juízo não fosse contaminado e para que eu tivesse algumas surpresas – como ver Michael Kaine em cena (denovo com coadjuvante de luxo em um filme de Nolan, como em Batman), que eu não sabia integrar o elenco do filme. Ao contrário das arquiteturas projetadas para os sonhos, o roteiro não faz voltas, nem tem ‘pontos de paradoxo’. É uma história que sempre vai um nível além, desafiando a inteligência do espectador e dando aquele constante ar de incerteza. Sem algunsvícios de filmes do gênero. É a sensação agradável do desconhecido, cada vez mais rara nocinema.</div><div align="justify"><br />Sem a pretensão de montar nenhum quebra-cabeça e nem de discutir se ‘era ou não tudoum sonho’ – fato que considero irrelevante – é possível achar elementos para gastar um bomtempo refletindo sobre a história. Questionar a realidade e a natureza dos sonhos é algo quetodos nós, em maior ou menor grau, fazemos em algum momento da vida. Mas não é sempre que a questão vem embalada de forma tão saborosa. </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-7184159263125450792010-05-25T10:42:00.006-03:002011-02-07T15:21:04.410-02:00Last words about Lost<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDmznCZgZuFNHTS6YvvFJxtMl_51kpEorl7pfSceHYwrculodE3utME5D_p-2BjVXJTBa35FTTEY_EZdH_dQmVU_f3Y3mQwYaye-4m9lcyTKo4lsymfvEa74D5nqxFiOJWnKWA6uB9T1A/s1600/THE_COMPLETE_LOST.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 225px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDmznCZgZuFNHTS6YvvFJxtMl_51kpEorl7pfSceHYwrculodE3utME5D_p-2BjVXJTBa35FTTEY_EZdH_dQmVU_f3Y3mQwYaye-4m9lcyTKo4lsymfvEa74D5nqxFiOJWnKWA6uB9T1A/s400/THE_COMPLETE_LOST.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5475205921580052738" border="0" /></a><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Já nos primeiros episódios era possível perceber a premissa genial. Um bando de personagens cai em uma ilha – até então – deserta e são colocados em confronto com seus demônios pessoais trazidos na bagagem. Os episódios foram revelando personagens complexos que, expostos a situações extremas, eram obrigados a mostrar o melhor e o pior da própria natureza. A Ilha, nessa altura ela mesma um personagem, dava a oportunidade do recomeço. Uma metáfora perfeita da redenção. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p>A genialidade não estava na rapidez dos diálogos, nos maneirismos estéticos da edição ou na atuação precisa dos atores. O “pulo do gato” era a ousadia narrativa. Flashbacks da vida pregressa dos náufragos (?) eram costurados brilhantemente com a realidade apresentada na Ilha. Era alta costura. E alta literatura. Foi ficando cada vez mais claro que estávamos testemunhando algo revolucionário. </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nem era preciso terminar cada episódio com alguma revelação/mistério sobre a natureza daquela ilha. Aquilo importava somente para dar alguma carga dramática à história dos personagens. A coisa ganhou corpo e o programa foi se tornando um belo romance de ficção científica. O mecanismo dos flashbacks foi usado como uma ferramenta precisa para desconstrução de conceitos e desmistificações. Não havia maniqueísmo do bem contra o mau os dos injustiçados versus opressores. Não era uma saga de libertação, mas de auto-conhecimento. Apesar de tudo, não era um programa sobre mistérios, era um programa sobre pessoas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> Nas temporadas seguintes Lost saiu da perigosa zona de conforto para mais uma vez se reinventar. Além dos eficientes flashbacks, começaram a ser usados os flashfowards. E depois não eram acontecimentos do passado ou do futuro determinando o presente, mas era o próprio fim do conceito de tempo. A capacidade de se reestruturar narrativamente a cada nova temporada talvez tenha afastado alguns telespectadores que não estiveram dispostos a entrar na viagem, que definitivamente não traria desfechos fáceis ou faria concessões estéticas. Mesmo que aqui ou ali a gente pudesse ver alguns excessos, era louvável testemunhar que um produto da grande indústria cultural, com alto investimento, tivesse conseguido autonomia de voo suficiente para contar sua história da forma menos convencional possível. <span style=""> </span><span style=""> </span><span style=""> </span><span style=""> </span><span style=""> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> No episódio final, a confirmação de que o que realmente importava era a história daqueles personagens. Foi bonito ver os arcos dramáticos se concluindo com coerência. Foi emocionante olhar pra trás e ver que tudo estava se concluindo. Foi triste constatar que era o fim, mas foi boa a sensação de que valeu a pena ter investido tanto tempo nessa história. E embora esperasse saber o que tivesse acontecido com Walt ou ter uma ideia mais clara de quem construiu a estátua de Tuaret, admito resignadamente que as perguntas valem mais que algumas respostas. Muitas vezes a beleza está no véu erótico da dúvida e não na pornografia escancarada da verdade imposta. É interessante que o público tenha autonomia para amarrar algumas pontas da história. Porque se existe uma moral é a de que a redenção está no livre arbítrio e no poder das escolhas e não em soluções cartesianas e matemáticas.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><br /></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><o:p><b><i>Pedro Grossi</i></b></o:p></p>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-68431874573208917802010-03-05T14:11:00.007-03:002010-03-05T14:34:01.030-03:00Verissimo, Ronaldinho e as velasLuis Fernando Verissimo, após a derrota do Brasil para o México por 4 a 3, na final da Copa das Confederações de 99.<br /><br />Mas pode somar 11.<br /><br /><br /><strong><em><span style="font-size:180%;">Duas Velas</span></em></strong><br /><br /><em>Como se não bastassem o Brasil, a Humanidade e a próstata, comecei a me preocupar com Vanderlei Luxemburgo. Está certo que era difícil resistir à oba-obaização do novo Ronaldinho depois daquele gol, mas colocá-lo em campo contra o México a dez minutos do final - e justamente quando o que o time menos precisava era alguém desobrigado de marcar, para dar espetáculo – mostra uma perigosa tendência do Luxemburgo a querer agradar a todo mundo.<br /></em><br /><em>Ronaldinho é o tipo do jogador que todo treinador quer ter no seu time, mas nenhum treinador quer ter no seu banco. No banco o jogador espetacular se transforma num foco de insatisfação e cobrança. Se o treinador não escala, é burro e se só bota em campo durante o jogo, é incoerente. Resistir aos pedidos da torcida e da imprensa, que sempre preferem o sensacional ao sensato, ou confundem o sensacional com o sensato, pode ser uma prova de caráter mas também um indício de vocação suicida num treinador. Não resistir e escalar sempre o preferido do momento é um sinal de fraqueza que também leva a carreiras a curtas. Mas pior é fazer o que o Luxemburgo fez, quando substituiu um centroavante por um zagueiro, para segurar o México, e como consolo botou o Ronaldinho das manchetes para fazer nada em campo. Acendeu uma vela ao diabo e outra ao Galvão Bueno.</em><br /><br /><em>Nada melhor para promover o futebol do que o jogador-exceção, com sua promessa sempre latente de mágica, do nunca visto. É o que leva aos estádios até a legendária grã-fina do Nelson Rodrigues, a que queria saber quem era a bola. Mas é preciso que o oba-oba contagiante não contagie uma pessoa: o técnico da seleção. Este deve ser uma espécie de Savonarola, fanático das suas próprias convicções e inimigo das frivolidades deste mundo.</em><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5445201943200927890" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 213px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1gRhiD7igjRN8hTu4CbRa76mg_tsnlpix3NynFkqa_tUzhfFO-bpDj7C4KxxhqQ-OIBhKwusHI2Q2CmNY3W3CT1LU7pt_sdbjb-I-QKcHy3oK2WVw81SnVGfp2A5ScY32zpZf2o10cIg/s320/ronaldinho-dunga-treino-600.jpg" border="0" />Leonardo Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/03381909868776133007noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-41554118097935825152009-12-28T16:25:00.009-02:002009-12-29T20:48:52.491-02:00Que venham os próximos 10A década acabou e os dedos coçam pra escrever sentenças definitivas que em pouco tempo vão soar como grandes tolices. A falta de personalidade dos últimos dez anos é tanta que até hoje não sei como chamar o período: década de 00’s? Década de 2000? Enfim, no ócio nem tão criativo de um plantão compulsório de fim de ano lanço minhas bobagens definitivistas.<br /><br />Musicalmente acho que os anos 00’s (pelo menos na escrita, essa terminologia soa menos estranha) foram uma incógnita <em>kitsch</em>. A cada período de três anos uma década voltou em revival. Da breguice dos anos 80 à crueza do rock setentista, passando pelo soul/jazz dos anos 60. No Brasil, mais do mesmo. Nada de muito original a não ser sangue novo em algumas vertentes do jazz/samba nacional e uma ou outra banda independente com um pouco mais de talento e criatividade. No maisntream, o Emocore chegou e já foi – sem deixar saudades – deixando como legado um grupelho de bandas quase irrelevantes e punhados de adolescentes com cabelo de chapinha e ar tristonho. A morte anunciada dos intermediadores da produção musical (gravadoras) e do suporte físico das músicas (CDs) fez voltar à moda as grandes turnês de encher estádios. Mas um desses megahows acabou de véspera. O maior artista pop de todos os tempos, quem praticamente cunhou o conceito de megashow, como espetáculo visual e sonoro, morreu antes da última performance.<br /><br />No cinema, a década das trilogias e septo (octo)logias consolidou a febre das adaptações. Grandes histórias infanto-juvenis de fantasia se tornaram tecnicamente viáveis e comercialmente irresistíveis. Bruxos, elfos e vampiros renderam filmes que arrebataram plateias e garantiram lucros astronômicos aos estúdios, que chegaram a estar temerosos com a popularização dos DVDs, hometeathers e torrents. (Bons) Roteiros originais se tornaram raridade e a não-valorização dessa profissão rendeu uma greve da categoria. Atrasos nos lançamentos e milhões de dólares de prejuízos. A Indústria não demorou a se recuperar. Pela primeira vez na história, o mercado americano de cinema bateu, em 2009, a barreira dos US$ 10 bi. No apagar das luzes de 00’s, uma tecnologia aperfeiçoada ao ponto de garantir a hegemonia do cinema sobre as mídias ‘caseiras’: o 3D, que pode fazer com que James Cameron conquiste o recorde de bilheteria de... James Cameron.<br /><br />Enquanto a TV aberta se rendeu aos apelos fáceis dos reality shows, a TV fechada deu um grande salto de qualidade. Os sitcoms deram lugar a séries caras e extremamente bem produzidas. Sopranos, Damages, House e Lost decretaram uma nova era de excelência na TV americana, quando prognósticos errados desaconselhavam grandes investimentos em dramaturgia, já que a fidelidade aos canais de TV tendia – e tende - a diminuir.<br /><br />Na esfera digamos ‘social’, o mundo se voltou para a virtualidade. As redes sociais determinaram uma nova maneira de interação. Muitos contatos, poucos amigos. A informação foi horizontalizada e fragmentada ao máximo de 160 caracteres. Tudo virou pílula. Estímulo. O lugar em que tudo pode ser dito anonimamente. E impunemente. Uma faca com vários ‘legumes’. Mas são apenas breves ilações anti-tédio. Até a década de 10 (?) tudo isso já será página virada. Ou arquivo morto, como queiram.<br /><br /><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div>Pedro Grossihttp://www.blogger.com/profile/08141003364203548650noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-1997994462356677212009-12-23T13:19:00.025-02:002010-03-05T14:21:04.520-03:00Bom velhinho, bom filho<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-jUDKfJgqIRm5N8oOHE73xkGvA5XCr6qI4-vhpZzMpBYkLJDZ2Uc1bD0Iacdzv4pDnmir_DyJjrehyphenhyphendpdjGDinaVGRA7UxYN59eAPCiEMRYKM7RZQJt65l5RS1i9yMzgfe1cJQOZJNPA/s1600-h/schumacher2_1549120c.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5445200979487021730" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-jUDKfJgqIRm5N8oOHE73xkGvA5XCr6qI4-vhpZzMpBYkLJDZ2Uc1bD0Iacdzv4pDnmir_DyJjrehyphenhyphendpdjGDinaVGRA7UxYN59eAPCiEMRYKM7RZQJt65l5RS1i9yMzgfe1cJQOZJNPA/s320/schumacher2_1549120c.jpg" border="0" /></a>Meses atrás falei sobre o retorno de Schumacher no lugar de Massa - planos frustrados por problemas físicos. Pois bem, hoje caiu a “bomba”. A confirmação do que todos já sabiam: ele voltou. Foi apresentado pela nova Brawn, a Mercedes, montadora diretamente envolvida em sua estreia na Fórmula 1, na Jordan, em 91. Assinou por três temporadas.<br /><br />Falem o que quiser. Após três anos de aposentadoria arrependida, o cara pode. Button, desgostoso com o que pediu e não recebeu para renovar com a equipe, falou sobre risco de reputação. Despeito. Nem se, num momento “meu novo companheiro de equipe”, Schumy saísse nu pelas ruas de Berlin cantando “I Am What I Am”, seu nome seria tisnado.<br /><br />Ele está tirando espaço dos mais jovens com a brincadeira, diriam alguns. Pode ser. Mas, sinceramente, em uma temporada de 26 carros, a mais povoada em 15 anos, você prefere um pagante genérico, uma promessa padrão, um filho de campeão, ou um fora de série consagrado? Fico com a última alternativa. Ecclestone, com certeza, também. Se o chefe da FOM não está sorrindo de orelha a orelha, tem a segurança de que a temporada promete, e na linguagem que ele conhece tão bem, a das cifras.<br /><br />Prestes a completar 41, o alemão será o chamariz e vai se divertir com os velhos amigos, estejam certos. É um ano que tem tudo para ser divertido. Teremos o fim do reabastecimento e a promessa de mais brigas na pista e treinos mais interessantes. Ou seja, menos tática e mais corrida. Teremos também Alonso na Ferrari, a reencarnação da Lotus, a estreia de outras três equipes, do primeiro-sobrinho, dos bons Di Grassi e Hülkenberg. E, quem sabe, a chance de ver enfim um japonês competitivo (será, Kobayashi?).<br /><br />Como se não bastasse tudo isso, não me lembro de ter contado tantos postulantes a um título. Além do hepta que, sim, correrá para ser campeão, mais cinco pilotos têm condições de levar (dois pela primeira vez), caso tenham carro: Button, Hamilton, Massa, Alonso e Vettel. E poderiam ser seis, com Kimi, limado na dança dos cockpits. Não permanentemente, espero.<br /><br />Como escrevi aqui há pouco mais de um ano, que 2010 chegue amanhã.Leonardo Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/03381909868776133007noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-40578170616308194652009-11-15T14:52:00.003-02:002009-11-15T15:14:45.256-02:00Them Crooked VulturesAdmito. Por algum tempo o Queens of the Stone Age foi, pra mim, apenas a banda do peladão no Rock In Rio. O Foo Fighters era uma tentativa de sobrevida de um baterista eternamente marcado por sua passagem pelo Nirvana. E, para qualquer integrante do Led Zeppelin, o descanso nos louros do sucesso era não só permitido como aconselhável. Errei feio. Não só o Foo Fighters é uma grande banda como o Dave Grohl, vejam só, é um grande músico. A criatividade e força escassos no rock atual, sobram no Queens of the Stone Age. E John Paul Jones ainda é capaz de acrescentar algo mais em seu currículo zeppeliano.<br /><br />Com tantas referências e potenciais demônios do passado prontos para atormentar não deve ter sido fácil a iniciativa de formar um "power trio dos sonhos". Mas embora Josh Homme, Dave Grohl e John Paul Jones não tivessem a intenção de refazer ou 'releiturar' velhas fórmulas consagradas é,felizmente, possível pinçar boas referências de todos os trabalhos anteriores. O que não é pouca coisa. É, inclusive, das coisas mais bacanas dos últimos anos.<br /><br />Them Crooked Vultures.<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/x1ISnz7LQDk&hl=pt_BR&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/x1ISnz7LQDk&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-39575127786775674252009-09-29T15:10:00.001-03:002009-09-29T15:15:24.844-03:00Carta de apresentaçãoPrezado Renôt, bom dia,<br /><br />Face os recentes incidentes envolvendo essa nobre escuderia, gostaria de me candidatar à recém-aberta vaga de chefe de equipe. Além de senso de oportunidade (quantas pessoas tiveram a sacada de se candidatar à vaga?), de profissionalismo (sou torcedor da Ferrari e tenho certeza de que farei um inesquecível trabalho com vocês) e humildade, tenho outras maravilhosas características que me credenciam ao cargo. Peço licença para listar alguns poucos e ilustrativos episódios e minhas qualificações profissionais que referendam essas afirmações.<br /><br />Sou graduado em um renomado curso técnico de informática prática, o que me dá um susbtrato interessante para entender – e ajudar a melhorar – as questões técnicas e aerodinâmicas dos carros com que vamos trabalhar. Afinal, se posso montar e desmontar um computador, porque seria diferente com esses carros? Tenho também no meu currículo a presença em dois importantes grandes prêmios realizados no belo circuito de Interlagos. Em um deles, fiquei bem perto dos boxes e percebi que aquele ambiente era onde eu me sentia melhor. Como meu psicólogo, e melhor amigo, me provou por A + B, devemos nos desenvolver onde nos sentimos bem e como autoconfiança é a chave do sucesso, já falo como se o cargo estivesse no papo. Tenho atuação destacada em duas feiras Inforuso, onde as maiores novidades da tecnologia, como o laser disc, o HDDVD e o vídeo beta foram apresentados pela primeira vez. Todos com a minha incontida empolgação de receptivo voluntário da feira e de testemunha ocular da história.<br /><br />A vocação de estar sempre na vanguarda dos acontecimentos começou na infância quando, antes do assunto estampar as capas dos jornais, eu já promovia a inclusão social. Meu primeiro agenciado foi um vizinho negro e cego que, em seu carrinho de rolimã, voava como o vento. Pena que sua brilhante carreira tenha acabado precocemente nas rodas de um caminhão, depois que dei ordens pelo walkie talkie para que ele continuasse veloz em uma emocionante corrida que os meninos do bairro disputavam na via Dutra. Hoje ganho a vida prestando consultoria para jovens talentos, muitos dos quais se tornam adultos de enorme sucesso. Fico cheio de orgulho quando vejo que antigos agenciados povoam as mais importantes salas e gabinetes do Brasil. Um deles, apenas para citar um exemplo, é figura fácil no prédio do Senado, onde tem o importante cargo de operador de chapa na gráfica da instituição. É com parte do salário dele que cultivo os meus mais nobres sonhos. Um deles é criar na periferia paulistana uma escolinha de Fórmula 1 para crianças carentes. Por enquanto temos só as crianças carentes e estamos tentando junto à prefeitura a cessão de um terreno, que hoje, margeia um belo rio.<br /><br />Sou fluente em inglês básico e domino vários outros indioma, como o paraguaio e o africano (ainda não conheço a África, mas os negros daqui não podem falar muito diferente dos de lá, não é mesmo?). Acho que esta oportunidade será importante para ambas as duas partes e poderemos desenvolver vários projetos juntos. A ética e humanidade com que o senhor, seu Renôt, sempre dirigiu sua escuderia me fascinam e me fazem querer, um dia, ser tão brilhante e importante para a humanidade. Tenho plena certeza de que essa é a minha missão na terra. Certo de que nos veremos em breve, deixo aqui o meu até logo.<br /><br />Deusde já, agradeço.<br /><br />Atenciosamente,<br /><br />Flávio<br /><br /><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div>Pedro Grossihttp://www.blogger.com/profile/08141003364203548650noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-60232199847849888722009-09-25T16:15:00.007-03:002009-09-25T18:05:37.711-03:00Amor e ódio<a href="http://www.cruzeiro.com.br/imgs/bancodefotos/1414_BF.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 550px; CURSOR: hand; HEIGHT: 367px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.cruzeiro.com.br/imgs/bancodefotos/1414_BF.jpg" border="0" /></a><br /><div>De um lado um assunto que é sinônimo de passionalidade e de outro uma instituição que se alimenta de fatos; relatados, amplificados e, preferimos acreditar, em uma dimensão menor, inventados. Mais do que gols, passes e conquistas a imprensa esportiva, sobretudo a que trata o dia-a-dia do futebol, precisa também de polêmicas. É assim que o circo funciona e é isso que sustenta esse mercado de entretenimento. Exatamente por ser um mercado tão grande e lucrativo ele é rico em aparências, discursos prontos e lugares-comuns. Assim como na bolsa de valores, uma simples declaração mal dada pode significar prejuízos milionários ou ganhos inesperados. Por isso, é tudo tão medido e calculado. </div><br /><div></div><br /><div>Ações robotizadas e insossas não são exclusividade do mundo do futebol. Muito pelo contrário. São quase uma regra social. Quase. Nos últimos dias, Kléber provou que suas falas não são escritas por assessores de imprensa. Ele, de fato, fala o que pensa. O que não significa, e que fique claro desde já, que ele tenha razão em tudo o que diga. Significa, sim, que ele tem de arcar com as consequências do que fala. Ser autêntico não lhe dá imunidade. A sequência de episódios recentes envolvendo o jogador e o Cruzeiro mostra que ele é um cara, de fato, autêntico, mas também imaturo.<br /><br />Como torcedor do Cruzeiro, não vejo o menor problema dele visitar, tirar fotos, beber e jogar pelada com torcedores adversários. Ainda que às vésperas de um jogo exatamente contra o time visitado. A imprensa, em busca de polêmica, amplificou o fato. A mesma imprensa que seguidamente bate na tecla da tolerância e cordialidade entre torcedores adversários. Não vejo problema, porque o Kléber que deve satisfações a nós, torcedores do Cruzeiro, é o jogador que entra em campo. O outro Kléber, o chamado ‘ser-humano’ - como se o que entra em campo fosse de outra espécie - tem o direito de fazer o que quiser. E foi o Kléber jogador, autêntico e verdadeiro, que, com o perdão do trocadilho, pisou na bola. Não porque tenha acenado para os torcedores adversários, mas porque declarou não aceitar as vaias dos torcedores do seu próprio time. Considerou desrespeito. As vaias não são desrespeito. Pessoalmente, as considero deselegantes, mas não desrespeitosas. São a maneira legítima que o torcedor/espectador/consumidor/cliente tem para se manifestar. Logicamente não é agradável para quem escuta, como não é agradável para o torcedor ver o time perder um jogo. Faz parte do pacote. Está dentro do ônus e do bônus de quem resolveu se envolver nesse meio.<br /><br />É quando diz que não aceita as vaias que o Kléber mostra imaturidade. Elas não são para a sua esposa, sua família ou seus amigos. Não são para o ‘ser-humano’ Kléber, são para a interface a que o torcedor tem acesso. O profissional, o artista de circo, o ator, que existe unicamente em razão do seu público. E elas só acabam quando ele for capaz de apresentar um bom espetáculo. Grandes jogadores já foram vaiados, e deram a volta por cima.<br /><br />É ótimo que ele fale o que pensa, mas é bom pensar antes de falar. Ser um grande jogador não é estar acima do bem e do mal. Como é mesmo a frase? Nem Ele agradou a todos...</div><br /><div></div><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div>Pedro Grossihttp://www.blogger.com/profile/08141003364203548650noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-33646894602705923612009-09-12T17:22:00.001-03:002009-09-12T17:23:35.684-03:00Enredondamento<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://peloton69.com/blog/wp-content/uploads/2007/10/fotografa.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 500px; height: 334px;" src="http://peloton69.com/blog/wp-content/uploads/2007/10/fotografa.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><br /><br />Certas fotos valem sempre a pena.Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-5984654901130910732009-09-05T15:29:00.005-03:002009-09-05T15:59:21.598-03:00O nosso Brad MehldauO que esse cara toca é um absurdo<br /><br /><br /><object classid="clsid:d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=8,0,0,0" id="uploader" width="480" height="390" align="middle"><br /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><br /><param name="movie" value="http://tvig.ig.com.br/swf/playerFlash.swf?media=http://tvig.ig.com.br/Templates/RequestUrlPlayer.aspx?id=101839&isEmbed=true" /><br /><param name="bgcolor" value="#333333" /><br /><param name="quality" value="high" /><br /><param name="allowFullScreen" value="true" /><br /><embed src="http://tvig.ig.com.br/swf/playerFlash.swf?media=http://tvig.ig.com.br/Templates/RequestUrlPlayer.aspx?id=101839&isEmbed=true" quality="high" bgcolor="#333333" width="480" height="390" align="middle" name="uploader" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" ></embed><br /></object><br /><br /><br /><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-44107912153159768312009-08-14T12:33:00.005-03:002009-08-14T14:32:27.310-03:00Vida de técnicoEm tempos de secura criativa, apelo para produções alheias. Tento, ao menos, ser seletivo nas citações.<br /><br /><em>Vida de técnico - Arthur Dapieve</em><br /><em></em><br /><em>O Brasil é o país do futebol. E de clichês como esse. Em torno dos gramados, então, os lugares-comuns pululam mais que cambistas, flanelinhas e ambulantes. Às vezes, o país tenta inovar, ou descobrindo um esquema de manipulação de resultados envolvendo um único árbitro ou considerando, como ora considera um desembargador, que não há estelionato no caso do solitário árbitro, manipulador confesso de resultados. É como se, num Brasil onde se rouba até merenda escolar, o futebol fosse a única coisa imaculada.</em><br /><em></em><br /><em>No mais das vezes, porém, impera o clichê. É aquela frase feita que, conquanto guarde alguma relação com a realidade, esvazia-se de sentido ao ser usada com frequência e automatismo, sem atenção aos casos particulares. O clichê acaba virando o nonsense elevado à condição de regra pétrea. No âmbito do futebol, um dos meus "favoritos" retorna a cada demissão de técnico. Todas elas, independentemente de suas peculiaridades, são sempre lamentadas como injustas em termos que às vezes não fazem o menor sentido.</em><br /><em></em><br /><em>Releia-se, por exemplo, o que o lateral direito Alessandro, do Botafogo, disse na segunda-feira a respeito da demissão do técnico Ney Franco. "É normal isso aqui no Brasi, treinador que não consegue resultado é demitido", lastimou o atleta. Não é necessário, entretanto, ser jogador de futebol para incorrer nessa batatada. Muitos jornalistas esportivos também o fazem, naturalmente em locuções mais elaboradas. O argumento subjacente é que é preciso dar tempo para que um treinador mostre a frente de uma equipe.</em><br /><em></em><br /><em>Eis o substrato de verdade no clichê. Não é possível cobrar resultado de quem mal assumiu o posto, ninguém discute. Todavia, na hora em que se extrapola o bom senso e insinua-se que nenhum técnico teve tempo bastante, aí sim se recai no lugar comum. Afinal, o que é o esporte, a não ser resultado? "O importante é competir"? Rá. Sei. Uma coisa é defenestrar um profissional após alguns meses e um punhado de partidas, outra é convidá-lo a se retirar após mais de ano. Esse era o caso de Ney Franco, cuja demissão foi largamente pranteada na mídia, talvez por ele ser educado, gente boa, sangue bom.</em><br /><em></em><br /><em>Só que o torcedor não quer seu técnico para papear no boteco, não quer chamá-lo para ser padrinho de batizado da filha. Quer é que o cara bote seu time na linha e, se não conseguir títulos, que ao menos não o envergonhe. Em 13 meses no meu Botafogo, Ney Franco obteve 34 vitórias, 18 empates e 23 derrotas. Ou seja, consguiu 120 de 225 pontos disputados. Muito pouco. Se se levar emconta que a maior parte das vitórias ocorreu no fraquíssimo Campeonato Carioca, a perspectiva piora. E se se lembrar que o time entregou essa taça para o Flamengo quando tinha nas mãos faca, queijo e guardanapo, então...</em><br /><em></em><br /><em>Ah, o time do Botafogo é mediano? É, de fato. Não tem esquadrões poderosos como Goiás, Atlético-MG, Barueri e Avaí, todos ora à frente até do Flamengo no Brasileirão. Mas reza o clichê que é lamentável um técnico ser cobrado por resultados... Ora, qual profissão, salvo a de presidente do Maranhão e alguns outros servidores públicos, não é cobrada por resultados? Alguém imagina a caixa do supermercado se queixando na hora do bilhete azul: "Eu errei muito troco, irritei a freguesia, e, no fim do dia, as contas não batiam, mas é uma pena essa tradição do varejo brasileiro de cobrar as caixa s por resultado."? Os resultados justificam, sim, a demissão de Ney Franco - que, aliás, acertou com o Coritiba ainda antes de o Botafogo anunciar o substituto, Estevam Soares - assim como justificam a permanência de Dunga na seleção. Mineiro e gaúcho são antípodas. Enquanto Ney Franco fala manso, canta Beatles e até se arrisca ao violão, Dunga rosna, acha que tudo que você precisa é joelhaço e deve achar rock coisa de veado. Enfim, o tipo de figura que a mídia adora detestar. E detestamos todos, eu inclusive, quando ele se materializou sem experiência nenhuma, como um pau-mandado de Ricardo Teixeira, presidente da CBF.</em><br /><em></em><br /><em>Dunga, contudo, foi conseguindo os resultados. Nos amistosos, na Copa América, na das Confederações, nas eliminatórias para o Mundial. Tanto que agora só alguma catástrofe o tirará do comando no ano que vem, na África do Sul. Ah, ele tem sorte? Tem, de fato. Quanto mais ele trabalha, mais sorte tem. Dunga foi acertando o time, na escalação e na tática, livrando-se de muitos boitatás (alguns, não todos, criados por ele mesmo).</em><br /><em></em><br /><em>O técnico da seleção ainda tem lá suas manias inexplicáveis, tipo Josué e Elano. Todo técnico de futebol tem. Ney Franco, por exemplo, tinha Fahel, Emerson, Lucas Silva. Contando com melhor material humano, Dunga controlou tais impulsos autodestrutivos. Josué esquenta o banco há tempos, e Elano cedeu lugar a Ramires, superior. Dunga fez mais: ao não chamá-lo para o amistoso contra a gloriosa Estônia, sinalizou que Alexandre Pato talvez seja (como eu acho que é) supervalorizado. Veremos. Dentro de lógica similar, o técnico pôs e esqueceu na geladeira o ex-atleta Ronaldinho Gaúcho. </em><br /><em></em><br /><em>Dunga é perfeito? Isso não existe. O que existe é técnico cuja equipe vibra e ganha jogo, técnico cuja equipe é abúlica e não ganha cara ou coroa. Alguns conjuntos não chegam nem a ser incompetentes, são inapetentes. Por razões inteiramente diversas, o Botafogo de Ney Franco, sem estrelas, e a seleção pré-Dunga, galáctica, estavam assim.</em><br /><br /><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div>Pedro Grossihttp://www.blogger.com/profile/08141003364203548650noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-10411032517945969742009-07-30T11:30:00.015-03:002009-07-31T14:26:13.768-03:00A volta de quem não foi<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbjSxBiLqNG2CALIcKtv43R0vV7ghPS2O0yt_8WFtDZS2HVxZffQ8ovBtYYI2qwdOm2DupxDRWI0UT2vI7qej40Kg3uYhBIJRjv1yTWLY4YHCRjEYikhU3RCIUdoN2sWnXFf2uswYyXc8/s1600-h/Michael-Schumacher_1380984c.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364260499638030354" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbjSxBiLqNG2CALIcKtv43R0vV7ghPS2O0yt_8WFtDZS2HVxZffQ8ovBtYYI2qwdOm2DupxDRWI0UT2vI7qej40Kg3uYhBIJRjv1yTWLY4YHCRjEYikhU3RCIUdoN2sWnXFf2uswYyXc8/s320/Michael-Schumacher_1380984c.jpg" border="0" /></a>Natural (e histórica) a escolha de Michael Schumacher para substituir Felipe Massa nas corridas em que será obrigado a se acomodar no estaleiro.<br /><br />As opções eram parcas, na verdade. Embora bem vistos na casa, os pilotos de testes da Ferrari, o eterno "regra três" Luca Badoer e o espanhol Marc Gené, são especialistas no ofício de ir para a pista e não competir com nada além dos próprios tempos. Eles não têm experiência suficiente em provas, algo tradicionalmente preconizado pela escuderia. E, claro, não são garotos. Trazer alguém de fora? Poderiam. Assim como, dessa forma e quem sabe, azedar o namoro com Fernando Alonso, que uma hora ou outra irá desembarcar em Maranello.<br /><br />Muito mais interessante, porém, esportivamente e em termos de imagem, é reaver o homem mais vencedor da história da Fórmula 1, o pilar do ressurgimento e domínio sem precedentes dos cavalos rampantes. Aos 40, conselheiro de luxo, o alemão não disputa um GP desde 2006 . Não senta em um cockpit desde o ano passado. Nada de muito. Dê a ele um macacão, um carro e uma bateria de testes, e a “natureza” se encarrega do resto.<br /><br />Schumy aceita o rojão porque nunca se sentiu à vontade com a ideia tradicional de aposentadoria. Aceita, também, em apoio irrestrito a Massa, com quem correu e se deu muito bem - e por quem certamente torce para prosseguir na equipe.<br /><br />E aceita, mais simbolicamente, para “terminar” o que fora abortado há 10 anos, no acidente em Silverstone, que lhe custou uma perna quebrada e uma temporada que dificilmente escaparia de sua alça de mira.<br /><br />Esta não é a primeira vez que a F-1 vê um peixe grande ensaiar o bate-e-volta. Lauda, Prost e Mansell já pararam e retornaram, enlouquecendo fãs, vencendo corridas e, e no caso dos dois primeiros, títulos. Improvável que isso se repita. Mas o fato é que a lenda está de volta. Sem nada a perder. Mais uma vez com o desafio de evoluir um conjunto rateante. E como isso é bom.Leonardo Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/03381909868776133007noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-61825123303644367952009-06-26T20:39:00.005-03:002009-06-26T21:07:13.739-03:00Michael Jackson<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNb2ceOSGa05QImAiA2MDga048lNeH7IFPS9DQYgZy0ikDlybfuNMqT6ZvuGnrsR7xUSfcSPqjBB2n-tHU4rA17x0cIO3EaxeV-Lc_tXKs5aXOfYb27rHE42iFqz8W-y6m8G6vpWKxePHt/s1600-h/Michael-Jackson-michael-jackson-41268_1024_768.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNb2ceOSGa05QImAiA2MDga048lNeH7IFPS9DQYgZy0ikDlybfuNMqT6ZvuGnrsR7xUSfcSPqjBB2n-tHU4rA17x0cIO3EaxeV-Lc_tXKs5aXOfYb27rHE42iFqz8W-y6m8G6vpWKxePHt/s320/Michael-Jackson-michael-jackson-41268_1024_768.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351791506532957138" /></a><div><br /></div><div>Longe de ser o meu colunista preferido. Mas há momentos em que ele acerta em cheio. Abaixo reproduzo o texto que Reinaldo Azevedo escreveu sobre a morte de Michael Jackson e da Pantera Farrah Fawcett. Por serem idealizados, os ídolos carregam um pouco de nós. E, quando partem, levam junto esse pedaço. Mas é justamente a morte, universal e inapelável, que põe todos, mitos e 'mitificadores', sob a mesma perspectiva do perecível.</div><div><br /></div><div><p style="TEXT-ALIGN: justify" class="MsoNormal"><i>Perguntam-me se não vou escrever nada sobre a morte de Michael Jackson. Música pop não é exatamente a praia em que ando com mais desenvoltura. Até onde acompanhava, esse rapaz teve a sua fase de ouro. Era, no gênero, talentoso, criativo, ousado. Mas é possível que tenha se deixado trair pelo mais perigoso de todos os demônios da legião que nos tenta todas as horas do dia: aquele que nos sopra aos ouvidos que nossas qualidades derivam de nossos defeitos; sem estes, não teríamos aquelas. É uma das farsas grotescas do diabo. Os defeitos, é claro, são só o que nos atrapalha.</i></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify" class="MsoNormal"><i>A partir de um momento de sua trajetória, Jackson parecia mais livre do que todos nós, a tal ponto que resolveu recriar a própria imagem. Pensem um pouco. É o espelho que, no dia a dia, recolhe os nossos cacos e os cola numa inteireza: “Este é você”, ele nos diz. Olhando-nos, podemos ver a nossa própria consciência, as dores que só nos conhecemos, os medos que não confessamos. Está tudo lá. Diante de nossa própria figura, na solidão, o coração pode, então, como num soneto antigo, estampar-se no rosto. Não há plástica ou cosmética que possam nos livrar de nós mesmos.</i></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify" class="MsoNormal"><i>Refugiado em Neverland, Jackson quis ser “Outro”, dissociando o que ele realmente era daquele que ele via. O que o espelho nos mostra de mais importante não são, pois, </i><span><i> </i></span><i>nossas rugas, nossos cabelos brancos, nossos quilos a mais ou a menos. Dia após dia, ele resume a nossa vida. Vemos, parafraseando Drummond, </i><span><i> </i></span><i>o queixo de nosso pai no nosso queixo; marcas da família desenhando nossa idade madura e nos acenando com a velhice — vislumbramos o nosso queixo no queixo de nossos filhos: sobreviveremos. Justificamo-nos, enfim, diante dele, tentando, à saída, uma última conciliação: quem sabe ele nos perdoe e nos diga um “Siga adiante”. E ele costuma dizer. E só por isso tocamos o barco.</i></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify" class="MsoNormal"><i>Como era com Jackson? Pouco importa a causa imediata de sua morte, o que se viu foi um dos suicídios mais lentos do showbiz, área em que ou se desaparece muito cedo, como a evocar a máxima de que “morre cedo o que os deuses amam”, ou se entra em decadência, com o esquecimento e a irrelevância cortejando a estrela. Ele ainda tentava mudar a escrita do destino, buscando um renascimento com shows na Inglaterra. Não houve tempo. Os deuses roubam quando dão. E o mais perverso de todos os novos deuses olímpicos é a fama. Jackson foi eliminando progressivamente a memória de si mesmo, ficando sem passado. E, à medida que mergulhava sabe-se lá em que doença do espírito, tinha menos o que dizer para o futuro. O garoto genial (para o gênero ao menos) de Thriller era uma carcaça. Jackson, morto em vida, estava oco de si mesmo. Aquele do espelho não era ele, mas também não era ninguém. De fato, havia morrido fazia tempo. Seu sofrimento não deve ter sido pequeno. </i></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><i>Algo em nós se perde quando se vão os ídolos de uma época, ainda que não nos dissessem grande coisa. Farrah Fawcett — convenham: era a única “Pantera” com a qual realmente nos importávamos, ao menos os garotos — também morreu nesta quinta. A figura, antes exuberante, lutava contra um câncer e estava afastada do mundo das celebridades. Por que de algum modo isso nos comove ou, ao menos nos constrange, trazendo-nos desconforto?</i></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><i>Porque eram do nosso tempo, e sabemos que as três Parcas que zelaram pelo destino deles também zelam pelo nosso. Não param de fiar. Dia e noite. Noite e dia. Lá está Cloto, fazendo girar o fio do destino dos homens, cuidando de uma roca que desce do céu. Com as vestes semeadas de estrelas, Láquesis põe o fio no fuso, até que chega Átropos, com sua vestimenta negra, e pimba! Corta-o. Inapelavelmente. Alguns intérpretes da Mitologia Grega as querem filhas da Necessidade e do Destino. E têm a idade da Noite, do Céu e da Terra. Para sempre.</i></p><p style="TEXT-ALIGN: justify"></p><p style="TEXT-ALIGN: justify"><i>Criamos muita desgraça, mas também muita beleza tentando, inutilmente, dar um truque nas Parcas. Mas elas nos acham. Nesta quinta, Átropos se encarregou de Michael Jackson e Farrah Fawcett. Um dia achará o nosso fio.</i></p><p style="TEXT-ALIGN: justify"><b>Reinaldo Azevedo</b></p><p style="TEXT-ALIGN: justify"><b><br /></b></p><p style="text-align: right;"><b><i>Pedro Grossi</i></b></p><p></p></div>Pedro Grossihttp://www.blogger.com/profile/08141003364203548650noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-62810124958184297352009-06-26T11:03:00.002-03:002009-06-26T11:04:59.116-03:00Dancing Machine<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/lD2OsUcgb00&hl=pt-br&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/lD2OsUcgb00&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />O groove não morreu.<br /><br />R.I.P.<br />29/08/1958 – 25/06/2009Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-38721088163386943712009-06-02T21:03:00.006-03:002009-06-04T17:59:46.780-03:00Kaufman é brilhante! Eu acho.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Charlie Kaufman é de rachar o cérebro.<span style=""> </span>Você tenta processar as informações até o seu nariz sangrar e as coisas começarem a fazer a sentido. Em vão. As viagens são tão loucas que agora ele mesmo tem de filmar os próprios roteiros. <span style=""> </span>A diferença é que suas loucuras não têm nada do experimentalismo estético de estudante de cinema nem o frenesi imagético de um videoclipe. São loucuras com identidade própria, por assim dizer. São viagens pesadíssimas, mas a sensação é de estar em terreno solidamente pavimentado.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style=""> </span><span style=""> </span>A carpintaria e pretensão dos roteiros de Charlie Kaufman são, imagino, como um livro de James Joyce: ninguém é capaz de decifrar a obra completa, mas as migalhas que conseguimos absorver são o bastante para saciar a fome.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Mais uma vez somos levados pra dentro da mente do protagonista (Quero ser John Malkovich e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança) para, vendo o mundo pela sua perspectiva, testemunharmos um mergulho nas universais aflições humanas. É o máximo que consigo descrever de Sinédoque New York. Para ajudar como ponto de partida: segundo o Aurélio, Sinedoque é “a substituição de um termo por outro, em que os sentidos destes termos têm uma relação de extensão desigual (ampliação ou redução)”. A isso soma-se um simulacro <i style="">ad infinitum </i>de (con)fusão<i style=""> </i>entre realidade e representação, com saltos cronológicos e tiradas filosóficas. Aproveite as migalhas que encontrar no meio do caminho.<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/1mUKCOdpVoo&hl=pt-br&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/1mUKCOdpVoo&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /></p><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;"><br />Pedro Grossi</span></span><p></p></div>Pedro Grossihttp://www.blogger.com/profile/08141003364203548650noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-88796152228365321832009-05-24T22:19:00.000-03:002009-05-31T21:51:20.185-03:00Ano de Button na Fórmula 1<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><img alt="http://images.tvnz.co.nz/tvnz_images/sport2009/motorsport/formula_1/2009/button_jenson_smile_2.jpg" src="http://images.tvnz.co.nz/tvnz_images/sport2009/motorsport/formula_1/2009/button_jenson_smile_2.jpg" /><br /></p><p class="MsoNormal">Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o dono do mundial de F1 deste ano, o GP de Mônaco, hoje, pôs fim a qualquer resquício de titubeio. 2009 tem sorrido para Jenson Button. E o homem das vitórias categóricas, virtual campeão, retribui assim, com mais sorrisos.</p><p class="MsoNormal">O domínio reflete nos números e na alegria incontida demonstrada a cada fim de semana. São cinco vitórias em seis corridas. Praticamente cinco passeios. A mesma quantidade de êxitos que levou Hamilton à taça do ano passado. Enquanto Lewis, Sir condecorado, pena com uma Mclaren plebéica, o conterrâneo desfila sua Brawn-branca-marca-texto com a elegância de verdadeiro detentor de pedigree real. Tocada limpa, sóbria sempre. Para virar tempos compatíveis, Massa e Raikkonen saltavam como sapos por sobre as chicanes de Monte Carlo delicadamente contornadas pelo filho de John Button. </p><p class="MsoNormal">Os eventuais obstáculos ao título fazem jus ao adjetivo e estão longe da consistência. As Toyotas enfraqueceram tais quais as vendas do Corolla com o Novo Civic. As asas da Red Bull parecem reféns das atuações extraordinárias de Vettel e do talento nada vencedor de Webber. A única ameaça real, ainda que tardia, é a costumeira Ferrari. Após um início lastimável, aporta na Turquia em curva nitidamente ascendente e com um piloto que, nessa pista, só conhece vitórias desde que virou titular. Mas é pouco, à esta altura. BMW e Renault a desconsiderar.</p><p class="MsoNormal">Barrichello não é adversário. O próprio já deve ter reconhecido e se resignado. Não por estratagemas mal intencionadas ou favorecimentos ilícitos. Mas simplesmente pelo fato de Button ser mais veloz. Assim, sem traumas. Porque, convenhamos, é muito mais fácil (não) espernear por quem é rei da paróquia e recebe todas as regalias, do que por alguém que nunca sequer teve a chance de brigar para ser príncipe.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><div style="font-weight: bold; font-style: italic; text-align: right;">Leonardo Rodrigues</div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-15180256679715177542009-05-12T10:45:00.000-03:002009-05-12T10:52:43.796-03:006 músicas para fossa<strong>Big Star – Kangaroo</strong><br /><br />As composições de Alex Chilton rebatem em extremos. Da lepidez ensolarada à aflição mais introspectiva e melancólica. Coverizada por Jeff Buckley, “Kangorooo” está em <a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:3ifixql5ldfe">“The Third Album/Sister Lovers”</a>, terceiro, “perdido” e tristíssimo disco do Big Star.<br /><br /><object id="divplaylist" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=" height="28" width="335" classid="clsid:d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000"><param name="_cx" value="8864"><param name="_cy" value="741"><param name="FlashVars" value=""><param name="Movie" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356628-496"><param name="Src" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356628-496"><param name="WMode" value="Window"><param name="Play" value="-1"><param name="Loop" value="-1"><param name="Quality" value="High"><param name="SAlign" value=""><param name="Menu" value="-1"><param name="Base" value=""><param name="AllowScriptAccess" value=""><param name="Scale" value="ShowAll"><param name="DeviceFont" value="0"><param name="EmbedMovie" value="0"><param name="BGColor" value=""><param name="SWRemote" value=""><param name="MovieData" value=""><param name="SeamlessTabbing" value="1"><param name="Profile" value="0"><param name="ProfileAddress" value=""><param name="ProfilePort" value="0"><param name="AllowNetworking" value="all"><param name="AllowFullScreen" value="false"><embed src="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356628-496" width="335" height="28" name="divplaylist" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer"></embed></object><br /><br /><strong></strong><br /><strong>Radiohead - Bullet Proof..I Wish I Was</strong><br /><strong></strong><br />A consciência melódica sempre esteve entre os trunfos do Radiohead – e de fato poderia ter sido mais explorada nos últimos discos. “Bullet Proof...I Wish I Was” é um misto de impotência e intento de blindagem emocional. De alfinetar cada canto da alma.<br /><br /><object id="divplaylist" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=" height="28" width="335" classid="clsid:d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000"><param name="_cx" value="8864"><param name="_cy" value="741"><param name="FlashVars" value=""><param name="Movie" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356646-e13"><param name="Src" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356646-e13"><param name="WMode" value="Window"><param name="Play" value="-1"><param name="Loop" value="-1"><param name="Quality" value="High"><param name="SAlign" value=""><param name="Menu" value="-1"><param name="Base" value=""><param name="AllowScriptAccess" value=""><param name="Scale" value="ShowAll"><param name="DeviceFont" value="0"><param name="EmbedMovie" value="0"><param name="BGColor" value=""><param name="SWRemote" value=""><param name="MovieData" value=""><param name="SeamlessTabbing" value="1"><param name="Profile" value="0"><param name="ProfileAddress" value=""><param name="ProfilePort" value="0"><param name="AllowNetworking" value="all"><param name="AllowFullScreen" value="false"><embed src="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356646-e13" width="335" height="28" name="divplaylist" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer"></embed></object><br /><br /><strong></strong><br /><strong>Claude Debussy - Clair De Lune</strong><br /><strong></strong><br />Onde termina a beleza e começa a dor? É possível definir a relação? Elementos pressupostos? Frutos intrínsecos do mesmo meio ou mera convenção arbitrária? Dificilmente Debussy possuía respostas para essas indagações existenciais. A não ser, apenas, quando compunha.<br /><br /><object id="divplaylist" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=" height="28" width="335" classid="clsid:d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000"><param name="_cx" value="8864"><param name="_cy" value="741"><param name="FlashVars" value=""><param name="Movie" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356709-0a5"><param name="Src" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356709-0a5"><param name="WMode" value="Window"><param name="Play" value="-1"><param name="Loop" value="-1"><param name="Quality" value="High"><param name="SAlign" value=""><param name="Menu" value="-1"><param name="Base" value=""><param name="AllowScriptAccess" value=""><param name="Scale" value="ShowAll"><param name="DeviceFont" value="0"><param name="EmbedMovie" value="0"><param name="BGColor" value=""><param name="SWRemote" value=""><param name="MovieData" value=""><param name="SeamlessTabbing" value="1"><param name="Profile" value="0"><param name="ProfileAddress" value=""><param name="ProfilePort" value="0"><param name="AllowNetworking" value="all"><param name="AllowFullScreen" value="false"><embed src="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356709-0a5" width="335" height="28" name="divplaylist" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer"></embed></object><br /><br /><strong></strong><br /><strong>Randy Newman - I Think It's Going To Rain Today</strong><br /><strong></strong><br />Artífice das trilhas sonoras e das narrativas melindrosas, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Randy_Newman">Randy Newman</a> tem na penúltima faixa de seu primeiro disco a languidez reconhecida por uma penca de regravações. Nenhuma delas com a carga emocional nem o registro idoso do autor, no alto de seus 24 anos.<br /><br /><object id="divplaylist" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=" height="28" width="335" classid="clsid:d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000"><param name="_cx" value="8864"><param name="_cy" value="741"><param name="FlashVars" value=""><param name="Movie" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356703-3d5"><param name="Src" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356703-3d5"><param name="WMode" value="Window"><param name="Play" value="-1"><param name="Loop" value="-1"><param name="Quality" value="High"><param name="SAlign" value=""><param name="Menu" value="-1"><param name="Base" value=""><param name="AllowScriptAccess" value=""><param name="Scale" value="ShowAll"><param name="DeviceFont" value="0"><param name="EmbedMovie" value="0"><param name="BGColor" value=""><param name="SWRemote" value=""><param name="MovieData" value=""><param name="SeamlessTabbing" value="1"><param name="Profile" value="0"><param name="ProfileAddress" value=""><param name="ProfilePort" value="0"><param name="AllowNetworking" value="all"><param name="AllowFullScreen" value="false"><embed src="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356703-3d5" width="335" height="28" name="divplaylist" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer"></embed></object><br /><br /><strong></strong><br /><strong>Yann Tiersen - À Ton Étoile</strong><br /><strong></strong><br />“À Ton Étoile” integra o repertório da banda francesa Noir Désir. Aqui, aparece na sorumbática versão do primeiro trabalho ao vivo de Yann Tiersen, com <a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/Bertrand_Cantat">Bertrand Cantat</a> aos vocais - quatro anos antes de espancar até a morte a namorada e atriz Marie Trintignant.<br /><br /><object id="divplaylist" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=" height="28" width="335" classid="clsid:d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000"><param name="_cx" value="8864"><param name="_cy" value="741"><param name="FlashVars" value=""><param name="Movie" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356695-f5f"><param name="Src" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356695-f5f"><param name="WMode" value="Window"><param name="Play" value="-1"><param name="Loop" value="-1"><param name="Quality" value="High"><param name="SAlign" value=""><param name="Menu" value="-1"><param name="Base" value=""><param name="AllowScriptAccess" value=""><param name="Scale" value="ShowAll"><param name="DeviceFont" value="0"><param name="EmbedMovie" value="0"><param name="BGColor" value=""><param name="SWRemote" value=""><param name="MovieData" value=""><param name="SeamlessTabbing" value="1"><param name="Profile" value="0"><param name="ProfileAddress" value=""><param name="ProfilePort" value="0"><param name="AllowNetworking" value="all"><param name="AllowFullScreen" value="false"><embed src="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356695-f5f" width="335" height="28" name="divplaylist" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer"></embed></object><br /><br /><strong></strong><br /><strong>Chet Baker – You Don´t Know What Love Is</strong><br /><br />Impossível desassociar tristeza e Chet Baker. A interpretação dele neste quase subterrâneo clássico do “Great American Songbook” é para cortar pulsos de titânio, esmigalhar corações de diamante e arrancar lágrimas de Mike Tyson.<br /><br /><object id="divplaylist" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=" height="28" width="335" classid="clsid:d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000"><param name="_cx" value="8864"><param name="_cy" value="741"><param name="FlashVars" value=""><param name="Movie" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356678-e8f"><param name="Src" value="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356678-e8f"><param name="WMode" value="Window"><param name="Play" value="-1"><param name="Loop" value="-1"><param name="Quality" value="High"><param name="SAlign" value=""><param name="Menu" value="-1"><param name="Base" value=""><param name="AllowScriptAccess" value=""><param name="Scale" value="ShowAll"><param name="DeviceFont" value="0"><param name="EmbedMovie" value="0"><param name="BGColor" value=""><param name="SWRemote" value=""><param name="MovieData" value=""><param name="SeamlessTabbing" value="1"><param name="Profile" value="0"><param name="ProfileAddress" value=""><param name="ProfilePort" value="0"><param name="AllowNetworking" value="all"><param name="AllowFullScreen" value="false"><embed src="http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7356678-e8f" width="335" height="28" name="divplaylist" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer"></embed></object><br /><br /><br /><div align="right"></div><div align="right"><strong><em></em></strong></div><div align="right"><strong><em>Leonardo Rodrigues</em></strong></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-633844022914693672009-04-16T08:38:00.000-03:002009-04-16T09:06:50.325-03:00The Drugs Don't Work<p><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/fERekxzkjFE&hl=pt-br&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/fERekxzkjFE&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><em></em></p><p><em>(nada a dizer? taca um vídeo) </em>Eu não me lembro desse vídeo. Gostava do Verve, via MTV, acompanhava os <em>clips</em>, algumas notícias pingadas, mas não me lembro desse vídeo. Inutilmente engraçado perceber essa lacuna depois de mais de 10 anos.<br /><br />Eles me lembram 98, Copa da França, manhãs de sol frio, basquete no sexto horário, oitava série, época boa. "Urban Hymns" foi um dos primeiros álbuns que comprei, de verdade, na vida. Na esteira da alta rotação de "Bittersweet Symphony" e "Lucky Man". A banda é ótima, a música é linda e o disco primoroso - o que provavelmente motivou meu desagrado ao <em>comeback</em> "Forth", lançado ano passado.<br /><br />The Verve funciona.<br /><br /><br /></p><div align="right"><strong><em>Leonardo Rodrigues</em></strong></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-53350274301410199122009-04-09T14:07:00.000-03:002009-04-09T14:12:10.541-03:00Colhão acadêmicoPara <a href="http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4769581Y4">certas pessoas</a>, a palavra <a href="http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/servletrecuperafoto?id=K4769581Y4">"credibilidade"</a> assume formas inacreditáveis.<br /><br /><div align="right"><br /><em><strong>Leonardo Rodrigues</strong></em></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-25933716466827797232009-04-05T14:43:00.000-03:002009-04-05T18:33:59.905-03:00Quem Kiss Teve<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/ThnSBTdbAPc&hl=pt-br&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/ThnSBTdbAPc&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Aproveitando a quarta passagem do Kiss pelo Brasil.<br /><br />Em três partes. Sensacional.<br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">Leonardo Rodrigues</span></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-67698161542863614022009-04-02T10:54:00.000-03:002009-04-02T11:04:02.577-03:00Enquete útil<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTv6EV3GJIAzDUqTlusvmnI_ze4tsI-iyXMtfkQj1nzbfCs6Dnmt401-DBA0LhVQcQsC1-ZZTyhTyie0R1w1DHTAppA6sYBrFCfaxU-m4_Xq2JUE9l0QQD7c-hdDT-45D3I5dpuJn-KT0/s1600-h/Provincia.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320093204163214674" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 195px; CURSOR: hand; HEIGHT: 303px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTv6EV3GJIAzDUqTlusvmnI_ze4tsI-iyXMtfkQj1nzbfCs6Dnmt401-DBA0LhVQcQsC1-ZZTyhTyie0R1w1DHTAppA6sYBrFCfaxU-m4_Xq2JUE9l0QQD7c-hdDT-45D3I5dpuJn-KT0/s320/Provincia.jpg" border="0" /></a><br /><br />Dá pra discordar que o site da Província FM (Ouro Preto) é um dos mais espetaculares da história da civilização ocidental?<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></div>Higiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1199346709865725850.post-38116192570574771052009-03-25T18:16:00.000-03:002009-03-26T10:51:30.927-03:00Radiohead<a href="http://www.filmindustry.com/wp-content/uploads/2007/10/radiohead01.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 511px; CURSOR: hand; HEIGHT: 415px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.filmindustry.com/wp-content/uploads/2007/10/radiohead01.jpg" border="0" /></a> <span style="font-size:78%;">Pesquisa: Marcela Carrato</span><br /><br /><p>Estive hesitante sobre escrever esse texto. Um pouco pelo excesso de clichês e superlativos que ele inevitavelmente terá e um pouco por repetir o que provavelmente vem sendo dito <em>ad infinitum</em>. Mas como não tenho (sérias) pretensões literárias e essas linhas de insignificante ressonância vão servir basicamente pra que eu me releia em algum tempo e rememore situações que de alguma maneira me marcaram resolvi arriscar. Só mais uma pitada explicativa: o que acho legal em blogs é poder, com o distanciamento crítico que o tempo dá, ver como perdemos horas defendendo teses que não fazem sentido e como dedicamos esforços em cruzadas inócuas. Por outro lado, de que é feita a vida se não desses pequenos estandartes cotidianos que invariavelmente se perdem nos desvãos da história? </p><p>Por isso, nesse exato momento travo uma árdua batalha contra a preguiça e a falta de inspiração para me manifestar sobre um evento que, hoje, considero histórico: a primeira passagem do Radiohead pela América Latina. Geralmente as expressões ‘melhor de todos os tempos’, ‘divisor de águas’, ‘maior da história’ são aplicadas equivocadamente por pessoas de visão restrita que perderam a noção do todo. Algo como, tudo é tão mal feito que uma coisa minimamente bem produzida ganha alcunhas epopéicas. Não sei se é o caso. Talvez seja. Mas correndo o risco de cometer absurdos históricos vou fazer coro à multidão. </p><p>A chata abertura do Los Hermanos e o insosso show do Kraftwerk só serviram para minar a minha paciência e abalar a minha estrutura física. O fato é que quando o show do Radiohead começou eu já mal me aguentava em pé. Mas a profusão de cores e sons exigia tanto do meu cérebro que não sobrou muita potência mental para transmitir os sinais de dor aos meus nervos. Não sei se o visual do palco foi o mais espetacular da história da música mundial, mas, sem dúvida, foi o mais impressionante que eu já vi. Tubos pendurados refletiam os efeitos de cores que cada uma das 26 músicas do set list pedia. Dois telões, divididos em quatro partes, pegavam detalhes da execução da banda ao vivo. O resultado eram videoclipes, de altíssima qualidade, produzidos em tempo real (Seria esse um exemplo do tal vídeo dispositivo?), capturando momentos como Johnny Greenwood tocando teclado com o braço da guitarra ou um primeiríssimo plano dos olhos desalinhados do Thom Yorke. </p><p>Musicalmente a banda é absurdamente competente. É difícil rotular o Radiohead sem reduzir a importância do grupo. Seria muito dizer que a combinação de pegada rock com cadências minimalistas é sem precedentes, mas os resultados alcançados são bem originais. No palco, as canções ficam ainda melhores, e mesmo que o grupo não siga a fórmula introdução- refrão - solo - refrão, as canções ressoam na cabeça por dias a fio. Sem me delongar no set list (apenas registro a dobradinha Paranoid Android/capela do público/Fake Plastic Trees), finalizo aqui a missão particular de me colocar à prova do julgamento do tempo para dizer que foi, sim, um divisor de águas na história do showbusiness brasileiro.</p><br /><p align="right"><strong><em>Pedro Grossi</em></strong></p><br /><p><span style="font-size:78%;"></span></p><br /><p><span style="font-size:78%;"></span></p><br /><embed src="http://www.youtube.com/v/7phJi6s-vQQ&hl=" fs="1" width="425" height="344" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always"></embed><br />Paranoid AndroidHigiene Mentalhttp://www.blogger.com/profile/18127128300162588217noreply@blogger.com4