sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

80 anos de Tintin

Sou do segundo tempo da prorrogação da geração TV, da pipoca aos domingos, das arrumações arqueológicas semestrais do quartinho, da bicicleta na Praça da Assembléia, das idas mensais de dois carrinhos trasbordados ao Carrefour.

Os ressentimentos de ter me apegado a detalhes menores (será?) nunca escondeu minha nostalgia. Às vezes parece que respiro isso. Às vezes parece que vivo em 1993. E em 93, o melhor desenho animado de todos os tempos do quarto dos meus pais, e da minha TV preto e branco valvulada, respondia por “As Aventuras de Tintim”. Ele, o maior repórter da Cultura, de Bruxelas e do universo!

Tenho vergonha de nunca ter lido Tintin, que esse ano chega ao octogésimo verão. Quando revi algo da série em 2003, parecia difícil acreditar em como um desenho daquele conseguia prender tanto a atenção de um projeto de 9 anos de idade. Hergé criou um mito e um traço registrado, único, capaz de transformar melindrosas investigações com fundo histórico/contemporâneo em narrativas leves de tão saborosas, nada óbvias. O cão Milú, os detetives atrapalhados Dupond e Dupont, o mouco Professor Trifólio Girassol, o Capitão Haddock e seu cabedal inesquecível de bravatas, a estridente Bianca Castafiore.

Episódio preferido? Difícil! Talvez o da viagem à lua.

“Bancando o idiota?”


Saudade, saudade.




Leonardo Rodrigues

3 comentários:

JOÃO RENATO disse...

o "horário nobre" depois da aula na TV era da Rede Minas. Tintin, Anos Incríveis, GLub Glub, Castelo Rá-tim-bum... sensacional

Pedro Grossi disse...

Verdade. Bons tempos da TV Cultura...
Leo, você acha que o filme do Spielberg tem potencial pra botar tudo a perder?

Anônimo disse...

Sim, mas não necessariamente - principalmente se os traços forem mantidos.