
Ao lado dele, Roger Waters, Richard Wright e Nick Mason, então futuros membros do Pink Floyd e que já tocavam juntos, eram personas fáceis no underground londrino de meados da década de sessenta. Cena que tinha como fio condutor o existencialismo de Jean-Paul Sartre, a contracultura norte-americana emergente e o uso livre e indiscriminado de substâncias ilícitas. E nesse último quesito Barrett estava sempre a um passo à frente. Mesmo no posto de maior representante dos novos ares, tão logo ficou claro que as pretensões do quarteto formado em 65 iam muito além da efervescência cultural.
A libertinagem criativa de Syd trouxe novas perspectivas à banda, antes, como tantas, centrada em um repertório beat/rhythm and blues. Domar os instintos desta nova peça se tornou a grande dor de cabeça dos executivos da EMI quando ofereceram o primeiro contrato. À revelia dos músicos, o produtor Joe Boyd cedeu lugar a Norman Smith, ex-engenheiro de som dos Beatles e desde sempre encarregado em extrair o que havia de mais pop entre os aspirantes a sensação. Trabalho árduo e extremamente desgastante, principalmente quando a tarefa era costurar os pontos de um grupo como o Pink Floyd. Não havia nada parecido. Assistir a uma de suas apresentações era mergulhar em uma experiência extra-sensorial única. Em miúdos: teclados e guitarras à frente, temas explorados de maneira pouquíssimo ortodoxa e entrelaçados por longos improvisos dissonantes. Tudo guiado pelo senso melódico incomum de Syd Barrett, o responsável pela autoria de quase todas as músicas. Ao fundo, compunham o cenário projeções abstratas que mais pareciam simular os efeitos do consumo de alucinógenos. Psicodelia à moda inglesa, nem sempre multicolorida.

2. Lucifer Sam
3. Matilda Mother
4. Flaming
5. Pow R. Toc H.
6. Take Up Thy Stethoscope and Walk
7. Interstellar Overdrive
8. The Gnome
9. Chapter 24
10. Scarecrow
11. Bike
http://www.mediafire.com/?ezamhtygzzj